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segunda-feira, 9 de março de 2009

Um Sonho Bom - As Nossas Histórias IV

Caía a noite apagando aos poucos toda a luminosidade natural daquele lugar já tão populoso, cheio de prédios e construções mais baixas. Um larápio assanhado, tipo ladrão de galinha, saía de casa pensando: “Hoje eu vou me dar bem!”
Não come uma refeição decente há mais de 24 horas e então decide que a melhor maneira de começar aquela noite é entrando num restaurante e jantando como se fosse pagar (o que não faria, por questão de princípio, ainda que tivesse dinheiro pra isso). Escolheu o lugar mais retirado do recinto e pediu inúmeros pratos que saboreou avidamente, deixando-os limpos, lambendo os beiços numa expressão de locupletação e felicidade indescritíveis.
De repente, lembrando da morte de seu avô há alguns anos atrás, simulou um baita infarto e ficou estatelado no chão, com a boca aberta em falso desespero e o corpo contraído pela fingida dor, aguardando a ambulância chegar; mas por dentro sorria de sua bela atuação, ria de todos que estavam surpresos e penalizados, mas, principalmente, extasiava-se ainda com a lauta refeição que havia conseguido naquele lugar tão chique sem desembolsar um tostão.
Quando, de repente, um dos clientes do restaurante se levanta para ver o alvoroço e descobre que a vítima de infarto é um ex-colega de trabalho de uma empresa renomada que foi demitido por roubar canetas do escritório.
Chega a ambulância e entram trazendo a maca para transportar o doente, que abre um olho e reconhece o ex-colega; levanta-se pálido e os atendentes, estupefatos, são empurrados quando ele foge de carreira do restaurante, deixando a plateia em rebuliço. O dono do restaurante, furioso, manda um garçom em seu encalço.
Como estava com a barriga cheia e já não era nenhum rapazola, toda aquela comida atrapalhou sua fuga, sendo logo interceptado pelo ágil garçom novinho que o segurou, imobilizando-o com uma gravata; em seguida, quando chegaram o dono do restaurante e alguns clientes interessados na punição do vagabundo, encontraram-no ofegante, pálido, suando muito e com o rosto arroxeado.
O fato é que depois de toda a tensão causada pela chegada da ambulância, o medo de ser desmascarado pelo ex-colega, o esforço físico da fuga e a consequência da pesada refeição, seu coração realmente ficou danificado e, naquele momento, o infarto era verdadeiro.
O dono do restaurante, que já havia presenciado o infarto anterior, colocava para fora toda a sua raiva gritando: “Finge mais, desgraçado! Vai fingindo até a polícia chegar...” O garçom, recém-admitido no restaurante, não olhava sequer para o imobilizado e só pensava nos frutos que o seu ato heróico iria lhe proporcionar. Notou até no olhar do dono do restaurante uma certa admiração. De repente, o corpo do imobilizado pendeu para frente, verdadeiramente desfalecido, e quase o derrubou. Mesmo agarrado ao corpo já no chão, o garçom não sabia o que fazer.
Agora as pessoas se amontoavam em torno do quase cadáver que estava com o rosto ainda mais roxo. O corpo foi então abandonado pelo garçom, que o deixou estendido na calçada enquanto olhava atônito para o dono do restaurante, igualmente estupefato.
Toda multidão presenciou a morte do ladrão de galinhas.
Entrementes, ele próprio encontrou-se no meio da multidão vendo o corpo estrebuchado que sabia ser o seu e, ao mesmo tempo, sentia-se muito bem e tinha agora consciência de todos os seus atos naquela noite.
De repente, apareceu uma mulher diáfana, iluminada, que o pegou pela mão e mostrou-lhe lugares lindos, pessoas felizes... Uma realidade que ele não havia ainda conhecido aqui na Terra.
Ele viu que estava voando, leve por cima de tudo. Sentiu imensa felicidade! Agora tudo era diferente! Não sentia mais aquela raiva que sempre sentira na vida. Ele sentia amor dentro de si, um amor bom que mudava tudo, tudo!
De repente, ele acordou num leito de hospital e pensou que tinha tido um sonho bom. Entretanto, sentia-se diferente, era um outro homem. Teve plena consciência dos acontecimentos daquele dia e percebeu que tinha visitado o Além enquanto seu corpo estava desfalecido. Na verdade, não tinha sido um sonho, foi pura realidade o que vivenciou. Seu coração transbordava amor.
Agora, no mesmo quarto de hospital, totalmente recuperado, sentia-se uma outra pessoa, expandido, cheio de amor pra dar. Neste instante, pensou:
- “Nunca mais serei ladrão! De agora em diante, com tanto amor no coração, percebo que meu destino é ser AMANTE PROFISSIONAL!”



Texto criado por Alba Vieira, Ana, Escrevinhadora, Carol Conrado,
Luiza, Adir Vieira e Anônimo.
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Ressurreição - por Alba Vieira

Frio vento cortante, naquela praia deserta, onde o barulho das ondas violentas trazia o cheiro de maresia. Ele andava esquivando-se de pensamentos horrendos que o perseguiam desde o amanhecer e que haviam empurrado aquela alma atormentada até ali, naquela noite.
Sentia-se alquebrado, não que lhe doesse o corpo, mas o que quase ruía era a alma culpada pelo que tinha causado a quem tanto amava. A dúvida corroía seu coração. Seria mesmo verdade que ela tivera coragem de fazer o que lhe escrevera naquele bilhete que tinha recebido pela manhã? E será que de fato a amava, se não tivera a coragem de assumir um filho, fruto desta relação?
Só havia uma certeza: aquela frase curta que dizia “Pode sossegar, tirei o nosso filho.”, era como uma sentença para ele - morra!
Não desejava isto quando a notícia dada por ela na semana anterior desencadeara nele reações de revolta, egoísmo, desamor e covardia.
Só agora se dava conta do alcance de suas palavras insensatas e seu desaparecimento irresponsável, deixando confusa, desamparada e, sobretudo, tomada pela rejeição, aquela mulher que acreditava no seu amor.
Fizera isto por imaturidade e fugira até que se acostumasse com a ideia de que o futuro seria diferente dos seus planos individualistas.
Mas, de que importavam agora seus motivos, se tudo estava consumado? Era um assassino. Matara seu próprio filho. Não se achava digno de continuar. Ou de ao menos duvidar da veracidade da notícia escrita no bilhete, última gota de esperança capaz de evitar sua intenção momentânea.
Seus pés pisavam a areia, às vezes resolutos, outras vezes arrastando-se, e raramente seguiam em linha reta. Ia em direção às pedras.
O vento mais forte agora agitava seus cabelos sem ser capaz, entretanto, de colocar-lhe as ideias no lugar. Subiu ao ponto mais alto e olhou o mar. Aquela imensidão revolta, o cheiro de maresia, o barulho do vento...
Entendeu que das alturas era advertido agora. Não teve medo, porém. Queria misturar-se às águas, absorver, se possível, a força do mar ou perder-se de vez na sua grandiosidade.
Ia saltar quando, de repente, uma ponta de lucidez iluminou sua mente: não era verdade, seu filho estava vivo, sabia. O bilhete era só ameaça, ela não teria coragem, não era da sua natureza arrancar a vida de alguém. Ela amava a vida tanto quanto ele e era mais segura. Era mentira o que escreveu, estava certo disto.
Agora seu coração se agitava, esboçava no rosto um sorriso, ganhara nova vida, o vento frio não mais fustigava sua pele, o calor da alegria protegia seu corpo e lhe dava todas as forças necessárias para correr de volta pela praia.
Correu uma longa distância, a mesma que separava o ainda menino do quase homem feito. Estava diferente.
Voltou para a cidade e procurou sua amada naquela mesma noite. Estava certo. Quando ela lhe abriu a porta, seu olhar era de saudade e desejo, aplacados num abraço de encontro entre beijos molhados por lágrimas frias de ressurreição.



Texto cujos título e início foram utilizados para Ressurreição - As Nossas Histórias III.
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Cecília Meireles - por Ana

Criança Meu Amor - Cecília Meireles


“Gosto quase nada de Cecília Meireles.”



Resposta a “Nem Todos Estão Aqui...”, de Raquel Aiuendi.
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E você? De que autor você gosta pouco?
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Um Pouco de Mim... - por Laiz Mara

De repente a mulher se fez
e fez o silêncio e a fala em si
entre nervos, fervor, azul...
em sede ininterrupta.
A mulher que caminha entre avenidas e luminosos
não é mais a de ontem...
o ventre da poesia
trouxe seu canto
e respirantes cores
e sabores
e tons novos.
A mulher que foi em essências perfumantes ainda está lá...
Agora aperfeiçoada
em delineadas pinceladas
de aquarela e tempo.
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Bom Filho - por Gonçalves Leite Junior

Teu amor sublimou-se, e, assim, sublime
Elevou-se a esse ponto, que conduz
A alma que sonha, e que detesta o crime
De ser mau - para junto de Jesus!

E a tal ponto elevou-se, que redime
Em doce contrição, porque é amor-luz,
Amor que santifica - amor que exime
Da perfeição, porque provém da cruz!

E porque és bom, Deus te abençoa, dando
A teu bom coração, esse esplendor
Para atingir o ideal, que vou buscando...

E chamaste-me poeta... e com que brilho!
Quando esse poeta és tu, que vais, com a dor
Sangrando o amor de pai, porque és bom filho!



(A meu bom filho, em agradecimento.)
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As Vinhas da Ira, de John Steinbeck - por Kbçapoeta


“Livro questionador é As Vinhas da Ira de John Steinbeck.
Estória de uma família pobre do estado de Oklahoma, que se vê obrigada a abandonar suas terras e partir para a Califórnia em busca de condições de vida melhores.
Se alguém pretende entender um sentimento de esquerda, o que representa o confronto entre indivíduo e sociedade não pode deixar de ler esse livro.”


E você? Que livro considera questionador?
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Abraço a Todos... de um Imbecil - por Luiz de Almeida Neto

Chegará um dia em que tudo perderá o sentido, eu também (a eterna busca da regra gramatical: será que tambÉm perdeu o acento? heheheheheh) não conseguirei mais compreender nada, e a única coisa que conseguirei dizer será: “Nã-nã-nã-nã”, com a língua batendo no céu da boca.
Chegará o dia em que tudo que eu compreendo vai se esvair nas minhas mãos, como um saco plástico, cheio de água, que eu carregava comigo. Tudo isso ocorrerá em não muito mais que meia hora.
O que ocorrerá? Sim, eu descobrirei que todos os conceitos em que investi minha vida, minha força, minha juventude e até um pedaço da minha felicidade, até pareciam grandiosos, quando eram na verdade algo ínfimo perto da verdade.
E qual é a verdade? E se ela independe destes conceitos? É aí que tá. Porque quando escrevo e explico tudo, parece que o empenho que eu faço pra deixar tudo em seu lugar, compreensível e amistoso, não é a mesma coisa.
Não é a mesma coisa de quando eu ganho um abraço fraterno, que concilia o mundo todo, que traz a felicidade e a paz do mundo, e coloca um sorriso no meu rosto. Sem precisar explicar nada, sem precisar dizer nada, perdoando os pecados e erros menores, que são algo como “contravenções” da alma, e escapando de todos os conceitos vigentes.
E eu fico lá, esqueço de tudo, e tudo que vem à mente é ficar todo “felizão”, fazendo “nã-nã-nã” e pensando em absolutamente nada. Se a Malwee é realmente gostosa como um abraço, encherei meu armário com aqueles casaquinhos lindos, que talvez tragam a mim esse calor humano que só encontro raramente, e que me faz feliz para sempre.
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Distância - por Raquel Aiuendi

Tão perto e dentro de mim
Tão distante e intocável
Me desmonta
Me faz descongelar
Num 40º de dor
Num 0º: carência
Abaixo de zero
É distância sem fim.
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Eu - por Yuri

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Sou muito mais do que sua simples imaginação permite imaginar.
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Encanto - por Clarice A.

Corra até a janela e veja que lua mais linda!
Aproveite este momento. Respire bem fundo.
Conecte-se. Religue-se. Transcenda.
Nós somos parte deste Cosmos infinito.
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Mulher - por Kbçapoeta

Deus quando brincava no barro
resolveu fabricar os ossos de Adão.
Retirou a melhor parte deste
e, após longas horas de deleite, fez a mulher.
Sua obra ficou perfeita!
Inspirado na mulher,
criou a sensibilidade.
Desde então:
A sensibilidade
é feminina.
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“Felicidade Foi Embora...” - por Luiz de Almeida Neto

Fazendo uma leitura “tosca” e nada modesta da Bíblia, descobri certa vez que Adão e Eva tinham sido expulsos do paraíso por terem comido o fruto da “Árvore da sabedoria” (voz de Cid Moreira, por favor). E por quê, pensava eu?
Agora compreendo (ou penso que compreendo, né?). Deus tinha feito, segundo a História - letra inicial maiúscula e garrafal - os dois à sua imagem e semelhança, para se amarem e serem felizes para sempre, e olha que amar eu já tou indo longe demais, de acordo com o que eu imagino que esteja implícito.
Pois bem, sendo assim, Eva (e a culpa é de vocês mesmo), achando pouco, foi comer o fruto proibido. O ÚNICO proibido, é bom que se diga. E que fruto era esse? O da sabedoria, que implicou na desgraça de ambos, e com certeza na perda dessa tal felicidade.
Hoje ando por aí, sem rumo, melancólico e atônito, sem saber muito bem pra onde ir, se é que há algum lugar pra ir, adentrando a névoa da neblina da manhã com um litro de Montilla encoberto em um saco de papel (heheheheheh... me deixem sonhar, por favor), e pensando. Eu disse “pensando”, com sabedoria.
Eu juro que se aquela árvore da sabedoria estivesse até hoje lá na praça da Bandeira seria eu que daria cabo dela, com uma serra elétrica, porque se não sou feliz hoje, agora eu sei, a culpa é dos meus ancestrais.
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Verdade - por Raquel Aiuendi

Menininha com
saudade, se cuidar não
sabe, verdade.
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Anjo - por Yuri

Deitado na rede ainda ouço seus passos a se aproximarem e sinto acariciar meu cabelo, foi um anjo que desceu.
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Quinze Anos - por Poty

Quinze anos, é só uma vez
Dia feliz, seja feliz!
Não se faz duas/três/quatro... Milhões de vezes!
É só uma vez!
Aproveite enquanto pode, um dia vai se perguntar ou exclamar: quero voltar aos meu quinze anos!
Não tem volta, apenas nostalgia!
E dela o regozijo de que será uma eterna mulher... Que um dia nasceu e cresceu...
Segue o teu caminho com tuas angústias, TPM, realizações (que vão ser tantas), tuas dores (não sei quantas, mas vai tê-las), tuas lamentações, tuas incertezas (que a idade exige) e também teu sorriso, tua alegria irradiando a todos! Tua meiguice, tua paixão, teus amores.
Este é teu dia, e nada mais!
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