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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ótimo Dia do Amigo a Todos! - por Ana

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O Dia do Amigo foi adotado em Buenos Aires, na Argentina, e gradualmente adotado em outras partes do mundo.
A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Ele se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não somente uma vitória científica, como também uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo. Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro.

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Fonte: Wikipédia
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Amigos - por S. Ribeiro

Eles eram elos de qualquer coisa uma coisa que não quis saber de minha boca ou de meu peito ou das formas repletas de plumas de uma vontade ou um sonho ou um motivo qualquer solto e absorto na ferida de tantas noites que não lhes queriam fixos na mente de hospício de tantos elos perdidos homens ouriços rios benditos.

Já agora minhas pernas se estendem se entendem se desgastam, eram amigos coisas que enchem as mãos, mas não sabem quantos anos que se gastaram se ampliaram,
mas enfim:
agora do fundo do lodo espúrio de fundo escuro me pergunto nesta sala de espelhos, de tantos bichos que testemunhei, quem restará.



Visitem S. Ribeiro
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Meu Primeiro Dia na Internet - por Adir Vieira

Sou uma pré-adolescente.
Minha cabecinha vive cheia de sonhos e anseio por novas descobertas.
Tenho um grupo de amiguinhos na escola que não fala em outra coisa a não ser sobre os grandes papos na internet até quase onze horas da noite, todos os dias.
Citam jogos e mais jogos, superinteressantes, em competição pela grande rede.
Por mais de três dias me encantei com o que as meninas falavam sobre a webcam. Podiam mostrar, umas às outras, penduricalhos recém-adquiridos para os cabelos, pedir opinião sobre a cor do novo batom, mostrar roupas novas e até mesmo o novo edredom comprado pela mãe. Tudo o que estivesse no raio da câmera poderia ser compartilhado pelas amiguinhas conectadas, apenas com um click.
Minha mente começou a arquitetar uma forma de dizer ao meu pai, sem deixá-lo magoado, que o meu “computador rosa” já estava ultrapassado. Eu sei que, com ele, fiz e ainda faço mil coisas, mas só que absolutamente sozinha.
Tentei convencê-lo de que precisava trazer meus amigos para dentro de casa, sem que ele precisasse se preocupar com lanches favoritos para a turma ou com o horário de pôr fim às brincadeiras. Por outro lado, tinha outra coisa a seu favor. Ele não necessitaria mais ficar tanto tempo a me dar instruções, pois eu as aprenderia com meus amigos. Notei uma cara de espanto na fisionomia do meu pai que pareceu não gostar nada de eu aprender, fora de casa, aquilo que só ele estaria apto a me ensinar. Fingi não entender e continuei nos meus argumentos. Complementei que, sem eu estar a pressioná-lo, ele poderia trabalhar ou estudar sabendo que eu estava superfeliz. Parece que foi aí que acertei. Falei na minha felicidade e meu adorado pai só quer que eu esteja bem. Pelo que conheço do meu pai, ele nunca dá uma resposta de pronto. Ele me faz esperar um pouco pela sua concordância e já aprendi que é para que eu tenha certeza do que quero.
Nunca uma resposta me custou tanto. Como foram longos aqueles três dias! Fiquei absolutamente à espera, sem tocar naquele assunto nem mesmo nas horas das refeições. Um dia, no nosso restaurante preferido, arrisquei-me a fazê-lo, mas no exato momento, o garçom trouxe nosso frango e eu perdi o momento. Temia por uma resposta negativa.
Enfim, parece que meu pai entendeu. Hoje, após o jantar, como ele sempre faz, chamou-me para me mostrar a surpresa. Aí entendi o motivo pelo qual ele me afastou de casa a tarde toda. Claro! Ele precisava preparar todos os artefatos para deixar meu PC rosa funcionando como gente grande!
Só me deixou abrir os olhos quando ultrapassei a porta do meu quarto. Um grito de alegria tomou conta de mim quando vi, ali instalada, minha primeira webcam e minha surpresa ainda foi maior quando vi na tela o programa que as meninas usavam. Corri e abracei meu pai – sei que ele não me viu adolescente quando, com a mesma voz de antes, eu disse: – Pai, você é demais! Acho que ele chorou, porque alguma coisa escorreu dos seus olhos, como água.
Corri e sentei na minha cadeira favorita, peguei minha agenda e, de imediato, adicionei minha melhor amiga.
Gritos e mais gritos de alegria demonstraram minha felicidade quando pude ver naquele ponto verde o nome da minha amiga piscando pra mim.
Com um click apenas, como se mil pessoas já tivessem me ensinado, exibi minhas melhores habilidades para o meu pai que, num misto de surpresa e orgulho, assistia ali de pé, minha conversa com minha amiga.



Visitem Adir Vieira
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Clarice Lispector, “Uma Amizade Sincera” - Citada por Alba Vieira

Não é que fôssemos amigos de longa data. Conhecemo-nos apenas no último ano da escola. Desde esse momento estávamos juntos a qualquer hora. Há tanto tempo precisávamos de um amigo que nada havia que não confiássemos um ao outro. Chegamos a um ponto de amizade que não podíamos mais guardar um pensamento: um telefonava logo ao outro, marcando encontro imediato. Depois da conversa, sentíamo-nos tão contentes como se nos tivéssemos presenteado a nós mesmos. Esse estado de comunicação contínua chegou a tal exaltação que, no dia em que nada tínhamos a nos confiar, procurávamos com alguma aflição um assunto. Só que o assunto havia de ser grave, pois em qualquer um não caberia a veemência de uma sinceridade pela primeira vez experimentada.
Já nesse tempo apareceram os primeiros sinais de perturbação entre nós. Às vezes um telefonava, encontrávamo-nos, e nada tínhamos a nos dizer. Éramos muito jovens e não sabíamos ficar calados. De início, quando começou a faltar assunto, tentamos comentar as pessoas. Mas bem sabíamos que já estávamos adulterando o núcleo da amizade. Tentar falar sobre nossas mútuas namoradas também estava fora de cogitação, pois um homem não falava de seus amores. Experimentávamos ficar calados — mas tornávamo-nos inquietos logo depois de nos separarmos.
Minha solidão, na volta de tais encontros, era grande e árida. Cheguei a ler livros apenas para poder falar deles. Mas uma amizade sincera queria a sinceridade mais pura. À procura desta, eu começava a me sentir vazio. Nossos encontros eram cada vez mais decepcionantes. Minha sincera pobreza revelava-se aos poucos. Também ele, eu sabia, chegara ao impasse de si mesmo.
Foi quando, tendo minha família se mudado para São Paulo, e ele morando sozinho, pois sua família era do Piauí, foi quando o convidei a morar em nosso apartamento, que ficara sob a minha guarda. Que rebuliço de alma. Radiantes, arrumávamos nossos livros e discos, preparávamos um ambiente perfeito para a amizade. Depois de tudo pronto — eis-nos dentro de casa, de braços abanando, mudos, cheios apenas de amizade.
Queríamos tanto salvar o outro. Amizade é matéria de salvação.
Mas todos os problemas já tinham sido tocados, todas as possibilidades estudadas. Tínhamos apenas essa coisa que havíamos procurado sedentos até então e enfim encontrado: uma amizade sincera. Único modo, sabíamos, e com que amargor sabíamos, de sair da solidão que um espírito tem no corpo.
Mas como se nos revelava sintética a amizade. Como se quiséssemos espalhar em longo discurso um truísmo que uma palavra esgotaria. Nossa amizade era tão insolúvel como a soma de dois números: inútil querer desenvolver para mais de um momento a certeza de que dois e três são cinco.
Tentamos organizar algumas farras no apartamento, mas não só os vizinhos reclamaram como não adiantou.
Se ao menos pudéssemos prestar favores um ao outro. Mas nem havia oportunidade, nem acreditávamos em provas de uma amizade que delas não precisava. O mais que podíamos fazer era o que fazíamos: saber que éramos amigos. O que não bastava para encher os dias, sobretudo as longas férias.
Data dessas férias o começo da verdadeira aflição.
Ele, a quem eu nada podia dar senão minha sinceridade, ele passou a ser uma acusação de minha pobreza. Além do mais, a solidão de um ao lado do outro, ouvindo música ou lendo, era muito maior do que quando estávamos sozinhos. E, mais que maior, incômoda. Não havia paz. Indo depois cada um para seu quarto, com alívio nem nos olhávamos.
É verdade que houve uma pausa no curso das coisas, uma trégua que nos deu mais esperanças do que em realidade caberia. Foi quando meu amigo teve uma pequena questão com a Prefeitura. Não é que fosse grave, mas nós a tornamos para melhor usá-la. Porque então já tínhamos caído na facilidade de prestar favores. Andei entusiasmado pelos escritórios de conhecidos de minha família, arranjando pistolões para meu amigo. E quando começou a fase de selar papéis, corri por toda a cidade — posso dizer em consciência que não houve firma que se reconhecesse sem ser através de minha mão.
Nessa época encontrávamo-nos de noite em casa, exaustos e animados: contávamos as façanhas do dia, planejávamos os ataques seguintes. Não aprofundávamos muito o que estava sucedendo, bastava que tudo isso tivesse o cunho da amizade. Pensei compreender porque os noivos se presenteiam, porque o marido faz questão de dar conforto à esposa, e esta prepara-lhe afanada o alimento, porque a mãe exagera nos cuidados ao filho. Foi, aliás, nesse período que, com algum sacrifício, dei um pequeno broche de ouro àquela que é hoje minha mulher. Só muito depois eu ia compreender que estar também é dar.
Encerrada a questão com a Prefeitura — seja dito de passagem, com vitória nossa — continuamos um ao lado do outro, sem encontrar aquela palavra que cederia a alma. Cederia a alma? mas afinal de contas quem queria ceder a alma? Ora essa.
Afinal o que queríamos? Nada. Estávamos fatigados, desiludidos.
A pretexto de férias com minha família, separamo-nos. Aliás ele também ia ao Piauí. Um aperto de mão comovido foi o nosso adeus no aeroporto. Sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros.




In “Felicidade Clandestina”.
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Aos Meus Amigos - por Ana

Se hoje é dia do amigo,
É dia de dizer coisas
Que, na pressa de outras horas,
A nossa alma não ousa.

Dizer como são importantes
Aqueles que seguem ao lado
Do nosso caminho de vida,
No compasso de nossos passos.

São importantes por tudo:
Palavras, olhares, gestos,
Lembranças, sorrisos, dores,
O não dito e o manifesto.

Porque se importam conosco,
Porque os temos em nós,
Porque vivem em nossas mentes
E nunca nos deixam sós.

Amigos podem ser raros,
Íntimos, desconhecidos,
Muitos, alegres, soturnos,
Tímidos, invasivos,

Apaixonados, crianças,
Tolos, transcendentais,
Céticos, abusados,
Malucos, convencionais,

Gulosos, trabalhadores,
Complexos, irreverentes,
Estudiosos, bulímicos,
Fantasiosos, carentes,

Ciumentos, detalhistas,
Patricinhas, engraxates,
Travestis, dissimulados...
Todos do mesmo quilate

Pras nossas necessidades
De animal tão gregário,
E ultrapassam este limite:
Brilham mais que o necessário.

Iluminam nossas rotas,
Potentes e sábios faróis,
Auxiliam nas tormentas
Antes, durante e após.

Por tudo que disse e por mais,
Agradeço, hoje, aqui,
Aos amigos de minha vida
O que, com eles, vivi.

E deixo um abraço pra todos
Do Duelos, que seguem comigo
Neste oceano de letras,
Neste vaivém de amigos.
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Amigos - por Clarice A.

Há vários tipos de amigos
O mais precioso
Não precisa:
Ter o mesmo sangue
Ser da mesma idade
Ser do mesmo sexo
Ser da mesma cor
Ser da mesma classe social
É um encontro e escolha mútua
Fundamental o mútuo
Não implica em concordância sempre
Respeita e entende as diferenças
Dispensa juras e testemunhas
Simplesmente é
Alguém com quem se possa contar
Na alegria e na tristeza
Na saúde e na doença
Na riqueza e na pobreza
Nas dúvidas e certezas
Nos erros e acertos
Nas vitórias e nas derrotas
A distância não importa
Porque se necessário
A palavra há de chegar
Para alguns são numerosos
Para outros, tão poucos
Que se pode nos dedos da mão contar
São os presentes mais valiosos
Que a vida pode nos dar.
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Reencontro de Amizade - por Duanny

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Foi uma quarta-feira muito nublada, tinha certeza que iria te ver. Quando entrei no trem, lembranças brotaram em minha mente, lembranças de uma amizade superficialmente verdadeira, de meninas inocentes. Sim, eu sei que você preferiria o termo “pirralhas”, mas não vamos confundir as coisas. Naquela época meus segredos eram explícitos, meus medos escancarados e minhas vontades eram patéticas, mas incrivelmente achamos alguém que nos compreender e nos dar o que mais precisamos: um ouvinte. Sim, precisamos de um ouvinte para sorrir, chorar, gritar, confessar e consolar. Você já foi minha ouvinte, talvez depois desses estúpidos longos dois anos nossa amizade não seja a mesma, mas a ouvinte continua dentro de mim, ocultada pelo tempo e assustada pela distância.

Percorri o caminho até sua casa fitando cada detalhe, como se nunca tivesse estado ali, mas, para meu desespero, cada centímetro daquela calçada trazia uma lembrança sua. E você apareceu, pude te observar pela porta, não tinha mudado muito, você sempre foi a mesma amiga de sempre, só que, é claro, sua aparência agora transbordava no que você sempre foi por dentro.

Pela primeira vez abracei alguém como se tivesse escapado da morte, te olhei nos olhos com saudade e você retribuiu meu olhar, pude ter certeza de que você era a mesma pirralha de dois anos atrás. Conversamos durante horas, como se aqueles dois anos fossem uma página arrancada de um livro, como se eles tivessem simplesmente se perdido em meio a recordações.

Andamos pela cidade como se nunca tivéssemos feito aquilo, falamos e recordamos coisas que somente me fizeram sentir mais feliz por te ver novamente.

Fui embora em meio à chuva, recebi seu abraço, apertado, como se dissesse: “obrigada por estar aqui” ou “não esqueça mais de mim assim”. Não foi preciso mais que um abraço e uma palavra para perceber que uma amizade pode, sim, resistir a certas distâncias.

No caminho de volta sofri uma ressaca de recordações que, em sua maioria, me fizeram lembrar quem sou hoje; outras só serviram para me fazer sorrir nessa noite de chuva.

Percebi que certas amizades realmente podem ser eternas. Infelizmente uma fatalidade ocorreu e só naquele momento pude ver como fui egoísta em não ter te ligado ou te visitado quando tive tempo. Percebi que, apesar de tudo, você pode ser minha ouvinte. Obrigada por ser tão especial assim, obrigada por ter gritado comigo, cometido loucuras, manchado as lembranças, ver o invisível, escutar o silêncio, fazer o impossível, me fazer sorrir, sentir saudade, obrigada por ser a pessoa com quem posso contar a qualquer momento, obrigada por ser a melhor amiga.
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Visitem Duanny
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Marcel Proust: a Leitura é a Maior das Amizades - Citado por Penélope Charmosa

A amizade, a amizade que diz respeito aos indivíduos, é sem dúvida uma coisa frívola, e a leitura é uma amizade. Mas pelo menos é uma amizade sincera, e o fato de ela se dirigir a um morto, a uma pessoa ausente, confere-lhe algo de desinteressado, de quase tocante. E além disso uma amizade liberta de tudo quanto constitui a fealdade dos outros. Como não passamos todos, nós os vivos, de mortos que ainda não entraram em funções, todas essas delicadezas, todos esses cumprimentos no vestíbulo a que chamamos deferência, gratidão, dedicação e a que misturamos tantas mentiras, são estéreis e cansativas. Além disso, desde as primeiras relações de simpatia, de admiração, de reconhecimento, as primeiras palavras que escrevemos, tecem à nossa volta os primeiros fios de uma teia de hábitos, de uma verdadeira maneira de ser, da qual já não conseguimos desembaraçar-nos nas amizades seguintes; sem contar que durante esse tempo as palavras excessivas que pronunciamos ficam como letras de câmbio que temos que pagar, ou que pagaremos mais caro ainda toda a nossa vida com os remorsos de as termos deixado protestar. Na leitura, a amizade é subitamente reduzida à sua primeira pureza.
Com os livros, não há amabilidade. Estes amigos, se passarmos o serão com eles, é porque realmente temos vontade disso. A eles, pelo menos, muitas vezes só os deixamos a contragosto. E quando os deixamos, não temos nenhum desses pensamentos que estragam a amizade: — Que terão eles pensado de nós? — Não tivemos falta de tato? — Teremos agradado?, nem o medo de sermos esquecidos por um deles. Todas estas agitações da amizade expiram no limiar dessa amizade pura e calma que é a leitura. Também não há deferência; só rimos com o que diz Molière na exata medida em que lhe achamos graça; quando ele nos aborrece, não temos medo de mostrar um ar aborrecido, e quando estamos decididamente fartos de estar com ele, pomo-lo no seu lugar tão bruscamente como se ele não tivesse nem gênio nem celebridade. A atmosfera desta pura amizade é o silêncio, mais do que a palavra. Porque nós falamos para os outros, mas calamo-nos para conosco mesmos. É por isso que o silêncio não traz consigo, como a palavra, a marca dos nossos defeitos, das nossas caretas. Ele é puro, é verdadeiramente uma atmosfera. Entre o pensamento do autor e o nosso não se interpõem elementos irredutíveis refratários ao pensamento, os nossos egoísmos diferentes. A própria linguagem do livro é pura (se o livro for digno desta palavra), tornada transparente pelo pensamento do autor que dele retirou tudo quanto não fosse ele próprio até o transformar na sua imagem fiel; cada uma das frases, no fundo, semelhante às outras, dado que todas são ditas através da inflexão única de uma personalidade; daí uma espécie de continuidade, que as relações da vida e o que estas associam ao pensamento como elementos que lhe são estranhos excluem e que permite muito rapidamente seguir o próprio fio do pensamento do autor, os traços da sua fisionomia que se refletem neste espelho tranquilo. Sabemos apreciar os traços de cada um deles sem termos necessidade de que sejam admiráveis, pois é um grande prazer para o espírito distinguir essas pinturas profundas e amar com uma amizade sem egoísmo, sem frases, como dentro de nós mesmos.



In “O Prazer da Leitura”.
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