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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Presente Grego - por Leo Santos

Quem viu o rubor na face de Selena,
amando ao dormido Endimião?
A perfídia maculando Helena,
fadando Tróia à destruição…?
Os portões abertos para “El greco”
ao cavalo-de-pau, à invasão;
Narciso desprezando Eco,
depois ecoando a maldição?

Eu vi Belerofonte matar Quimera,
forçado pelo ciúme de Proteu;
Penélope tecendo a espera,
fiel a Ulisses, amado seu;
Ora troianos, depois monstros e feras,
e os bons ventos que Eolo deu,
dissimulando que mendigo era,
vingou-se aos traidores seus.

Vi Apolo pós Dafne sofrendo,
veloz sobre passos infelizes;
A obtusa seta de Cupido fazendo,
o desamor. Eternizado sobre raízes;
O amor de Píramo e Tisbe ardendo,
e a parede contendo deslizes;
A sina do desencontro os tolhendo,
e a amoreira chorando em rubros matizes.

Vi Juno envolta em problemas,
testando seu ciúme amargo;
Seguindo Júpiter a duras penas,
o qual vagava a passos largos;
Metamorfoseando suas pequenas,
atribuí-lhas outros encargos;
Cem olhos vigiavam uma apenas,
sem sono, pro cansado Argos…

Vi outra imposição tirana,
a Acteon, o caçador vitimado;
Seus pares repousavam na grama,
e ele vagava desavisado,
deparou com a virgem nudez de Diana,
sem que tivesse procurado;
E a deusa em fúria insana,
o fez caça, por cães dilacerado.

Vi a mitologia grega,
forjando deuses mui humanos;
Mosaico que seguro chega,
a cinco ou seis mil anos;
Dois tipos de poetas cegos,
os contornos da alma apalpando;
Cronos corroendo os pregos,
e as tábuas da fantasia soltando…



Visitem Leo Santos
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As Nossas Palavras XXI - por Alba Vieira

Quando pensarmos em proferir qualquer palavra, antes devemos observar três coisas:
- cada palavra dita é uma oportunidade;
- palavras são como flechas, uma vez lançadas jamais voltam;
- como flecha, palavra que não tem um alvo, um objetivo, fatalmente será perdida.



Visitem Alba Vieira
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Soterrada da Semana - por Gio

Prazer, Sapo-Rei cover!
(Sem a mesma majestade)
Nem sapato, nem pullover
Prefiro ficar mais à vontade

Acertou a minha escolha
Mas errou os meus motivos
Não é majestade, pimpolha!
É só espírito defensivo

Interessante essa matéria
Não é mesmo, minha filha?
Deve ser alguma “Tia Quitéria”
Lá do seu álbum de família

Pois, Anaja, de ofídio
Eu não tenho mesmo nada!
Nem tatuagem de presídio
Nem peçanha afiada

Veja só, essa cobra é de longe
Se encontra no Himalaia
Assim vês que nós, os Monges,
Estamos acostumados com a sua laia

Se eu fosse alguma serpente
Eu te digo com louvor:
Teria os tons imponentes
Do meu Imortal Tricolor!

Como vês, nem azul nem preto
Só o branco, que é quase coringa
Então, não bagunce o coreto
Cascavel presa-de-seringa!

Se me chamas de burro, morcego,
Cobra e sapo, é meio ilógico...
A única conclusão que eu chego:
Meu nome seria Homem-Zoológico!



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Acrérrimos: Passei a Régua! - por Ana

Menino, tu tá abusado!
Tu tá abusado demais!
Só com muita paciência
Eu aguento este rapaz...

Todas as minhas respostas
- Genialmente apresentadas -
São criações de estirpe
Muito bem elaboradas.

Como ousa menosprezar
Meus versos anteriores?
Todos, sem exceção,
São aos seus superiores!

Ops! Peguei pesado?
Será que fui arrogante?
Mas o recado tá dado,
Posso ser mais elegante.


Vê coisa onde não existe...
Paradoxo? Cadê?
Já vou explicar (DE NOVO!!!!)
Direitinho pra você:

Tu não é inofensivo,
Seu sulista falastrão,
Mas isto não me amedronta,
Não me causa espécie, não.

Não é por ser peçonhento
Que não te dou uns dez nós,
Arranco a pele pra prêmio,
Tranço um cinto pro cós.


Quem disse que não duelo?
Rebato até citação!
Te respondo linha a linha
Te ensinando a lição:

Deixa de inventar moda!
Não tem o que rebater?
Tu é sucuri no espírito.
(Raciocinar --> escrever)

Lá vai outra explicação...
(Bem sentadinho na cadeira,
Prestando bastante atenção,
Que eu não estou de brincadeira.)

Eu não disse que paródia é plágio
(Não entende, por mais que eu me empenhe...),
Plágio foi tu parodiar
Depois de mim. Quer que eu desenhe?

Vai seguindo mesmo o impulso,
Mandando palavras a esmo.
Eu vou só te corrigindo...
Tô aqui pra isso mesmo.


Morro como o cardeal?
Não sei quem tu pensa ser...
Vou iluminar tua mente:
Te esquartejo sem tu ver.

Já viu Samurai com medo?
Isso não existe, tche!
Pode delirar à vontade...
É mais fácil pra você.

Ferida? Tenho nenhuma...
Consolo? Precisa é tu!
Não gosta da história da orelha
Pois errou feio pra chuchu!

Inda mexeu com shintoni,
Nosso amado anfitrião!
Nem me demoro aqui:
Se vira aí com o leão,
Menino sem educação.


Tu quer me chamar de naja?
Nem ligo, tô nem aí...
Ela é linda, poderosa,
Não é reles sucuri.

E acertei! Foi rei-sapo
O personagem escolhido!
Menino, nunca me engano!
Que cérebro favorecido!

Tu? É todo venenoso!
E no duelo não engrena!
Afirmo que tu deSafina
E eu continuo Serena:

Lápide não se cava,
O que se cava é a cova.
Se estabaca toda vez!
Eu afirmo, tu comprova!


E tenho torcida mesmo,
Meu fã-clube, minha Fiel,
Com cornetas, bandeironas,
Olas, chuvas de papel.

Você não ouve os aplausos?
Tá com audição seletiva?
Pois eu ouço, me curvo, agradeço,
Dou entrevista coletiva.

Enquanto tu, Dom Giovanni,
Anda sem fôlego, com asma,
Não sabe que já feneceu:
Tu não passa de um fantasma.

E mais: fantasma da ópera,
Tá todo desfigurado
De tanto levar bordoada
De um Samurai requintado.

Prostrado, portanto, você,
Tonto com as minhas batidas.
Pro seu corpo decaente
Eu já dei as despedidas.

Por isso, toma teu rumo,
Vai conversar com o Caronte,
Te adianto uma moeda,
Que tá seca tua fonte.

Pra poder achar a barca,
Chama o poney do inferno.
Segue em paz o teu destino,
Aproveita o descanso eterno.



Resposta a Acréscimos (Antes da Trégua), de Gio.
Referências: Seguramente Tantã e Delirante, de Ana;
Inesperada Revelação ou De Serpentes, Rãs, Sapos e Outros Seres Asquerosos, de Ana;
O Retorno de Já Vai..., de Ana;
ópera “Dom Giovanni”, de Mozart;
novela “O Fantasma da Ópera”, de Gaston Leroux;
Aaron Caronte Badiz e poney do inferno, autores do Duelos.
Wolfgang Amadeus Mozart.

Poesia - por Alba Vieira

A poesia acontece
Sempre que a alma se veste de festa
E os olhos saem a sorrir por aí

Então surge um não sei quê
Que contagia e assanha a mente
Fazendo fluírem as palavras sem cessar
É um estado mágico, tão diferente
Dá vontade de parar o tempo
Mergulhar no Ser e nunca mais voltar



Visitem Alba Vieira
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Mário Quintana e o “Poeminha do Contra” - Citado por Lélia

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Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
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Bruna Lombardi em “Arremesso” - Citado por Penélope Charmosa

Porque despertar em mim esse animal
alucinado. Animal de olhos de fogo.
Selvagem e louco. Esse animal acuado
que perde sangue no jogo. Essa fera
que te ataca e te resiste. Que por pouco
não te mata. Ah, essa desenfreada que me existe
e me devora. Porque despertá-la agora
já que há tanto vinha adormecida.
Porque assustá-la assim em meio ao sono.
Porque arrancá-la bruscamente de seu sonho
e transportá-la de repente para a vida.
Porque despertar em mim essa cavala doida
que vai te galopar de corpo inteiro. Enlouquecida
que vai se ferir em meio ao trote. Porque atiçar esse bicho
que nessa luta vai morrer primeiro.
Que vai morrer de fome, de grito, de garganta enxuta,
de tanta entrega. Dilacerado de tanta força bruta.
Porque despertar essa besta que me habita
que se torna cruel e desumana quando aflita.
Porque gritar com ela no silêncio de um sono branco
em que já vinha há tanto. Porque provocá-la em meio ao espanto
quando ainda não era o seu tempo.



In “No Ritmo Dessa Festa”............................................
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A Vida - por Thiago de Sá

Ainda que se passem anos o homem não aprenderá o valor que a própria vida tem. Nós nos esquecemos da grande missão que recebemos de cuidar de quem esta a nossa volta. É espantoso como esquecemos. Durante o dia vivemos uma louca insanidade, que desequilibra o racional. Cometemos atos que um dia foram imaginados como absurdos e hoje são considerados normais. Ficamos habituados com a violência, com preconceito, com desrespeito e tantas outras coisas que atingem a sociedade. Que de passagem seja dito, se considera como civilizada. Que civilização é essa que se destrói diariamente, enchendo todo um povo com desamor, com rancor… Com ódio? O que ainda me conforta é que existem pessoas que nadam contra essa corrente e acabam nos mostrando que podemos mudar. Basta imaginarmos que mudar tem uma fórmula bem simples, que passa por alguns passos.
Consideraríamos como primeiro o de olhar pra si mesmo, se enfrentar. Existe um grande medo de encontra-se consigo. Escondemos esse encontro atrás das drogas, do álcool, do sexo e de tantos outros esconderijos! Acredito que o ser humano deveria ser preparado para esse encontro, uma preparação que mostra que a vida não é feita apenas de vitórias, mas que a verdadeira experiência só se alcança nas derrotas. Estamos sendo acostumados a ter tudo fácil demais. E quando não conseguimos, aumentamos o quadro de estatísticas onde se afirma que a depressão é a doença do século.
Três coisas que nos destroem: Ter, Poder e Prazer. Para Ter eu mato, devasto, Arraso. Para Poder eu humilho, menosprezo, excluo. Gosto de lembrar que todos vão para o mesmo canto. Todos usamos o banheiro da mesma maneira. Ter Poder em mãos não te dá o direito de ser cruel! Para ter Prazer causo dores que médico nenhum é capaz de remediar, passo por cima de sentimentos que deveriam ser lindos, mas hoje são banais. Chegamos até a nos vender por poucos trocados, no modo literal e metafórico da palavra.



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