Creative Commons License


Bem-vindo ao Duelos!
Valeu a visita!
Deixe seu comentário!
Um grande abraço a todos!
(Aviso: Os textos em amarelo pertencem à categoria
Eróticos.)




quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vigília Inútil - por Marília Abduani

Nem valeu a pena
o dia ter nascido.
O céu cobrir-se em sonhos,
em sonhos repartidos.

Nem valeu a pena
o sol nascer mais forte.
Canção virou lamento,
arruinou meu norte.

Nem valeu a pena
o chão romper-se aberto.
A flor brotar, serena,
ter cor o céu deserto.

É hora quase obscena,
não vale o amanhecer.
Nada valeu a pena
nem mesmo amar você.
.
.
.

Antonio Cícero: “Sair” - Enviado por Penélope Charmosa

 


Largar o cobertor, a cama, o
medo, o terço, o quarto, largar
toda simbologia e religião; largar o
espírito, largar a alma, abrir a
porta principal e sair. Esta é
a única vida e contém inimaginável
beleza e dor. Já o sol,
as cores da terra e o
ar azul — o céu do dia —
­mergulharam até a próxima aurora; a
noite está radiante e Deus não
existe nem faz falta. Tudo é
gratuito: as luzes cinéticas das avenidas,
o vulto ao vento das palmeiras
e a ânsia insaciável do jasmim;
e, sobre todas as coisas, o
eterno silêncio dos espaços infinitos que
nada dizem, nada querem dizer e
nada jamais precisaram ou precisarão esclarecer.
 

In “A Cidade e os Livros”, p. 77.
 
 
 

As Botas do Diabo - por Leo Santos


Uma expressão comum nos meus existenciários interioranos, é mandar um desafeto para os “cafundós do Judas”. A ideia é de um lugar distante, inóspito, indigno, onde deve o nefasto ex-apóstolo, morar.
De onde teria surgido essa cultura contida no imaginário popular? Será que a dignidade de um ser humano associa-se, necessariamente, ao seu habitat? Na verdade, o dito cidadão era o tesoureiro do cristianismo em gestação, se bem que, Cristo, nunca deu a mínima para dinheiro.
Em seus bordejos, Judas esteve no Sinédrio negociando a venda de seu Mestre, de modo que frequentava lugares elevados, antes que viver em cafundós.
Outros, desejando “exorcizar” desafetos mandam pra onde “o diabo perdeu as botas”, possivelmente, o mesmo lugar. Na verdade, o diabo frequenta púlpitos, e Judas mora no Congresso. A diferença é que domou antigos escrúpulos a tal modo, de substituir a forca pelos discursos sofísticos.
Isso de associar a condição moral ou espiritual ao “status quo”, à condição social de alguém, jamais derivou dos ensinos de Jesus; Ele disse: “acautelais-vos da avareza, pois a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Daí, que se pode viver nos “cafundós” e ser íntegro, santo.
Alguém disse, acho que foi Einstein, que “a tradição é a personalidade dos idiotas”. Discordo em parte, pois há preciosidades mantidas atavicamente; porém, repetir coisas sem pensar, apenas porque as ouvimos, nos coloca sob aquela pecha. Como disse Henri Ford, “pensar é trabalho mais duro que há; essa, talvez, seja a razão porque tão poucos se dedicam a isso.” Quando li duvidei, depois, “trabalhei” um pouquinho e me refiz.
O drástico é que grande parte do neocristianismo explora a miséria social como filão, prometendo céu na terra em troca de grana, a uma geração estúpida por não trabalhar os neurônios. Ah, se pensassem um pouquinho! Mandariam essa choldra para os cafundós do Judas...

Visitem Leo Santos
 
 

Linguagem do Corpo - Enviado por Vera Celms


Neste vídeo, trata-se de um assunto bastante controverso, como doenças psicossomáticas, depressão, angústia. Ouçam! Informação não ocupa espaço e pode “salvar” o convívio com as pessoas, seja conosco ou não.
Eu ouvi e classifico como imperdível.
Ainda que não acredite na LINGUAGEM DO CORPO, ela existe e pode ajudar a encontrar caminhos.
Beijos.

 




Visitem Vera Celms
 


 

Noite Estrelada: A Poesia Me Move - por Jeff Oliveira

 
Van Gogh - Noite estrelada

De fato, a poesia me consome, tal qual fera, bicho feroz que crava as garras na presa
e não a solta até que tenha lhe aproveitado o último membro, o último gole.

Poeta? Não. Vítima dos versos, repentes, canções.
Vítima e, às vezes, predador.
As palavras sabem muito bem disso. Como as maltrato, vez ou outra.
Por fim, uno-me aos signos, à etimologia, aos quadros por trás de cada frase e cada letra.
Lembro agora daquela moça amiga, de vestidos únicos, de cabeleira negra, mais que a graúna ou qualquer outro ser da noite. Ela que passou espalhando elegância outrora.
A frase dela: “Respira fundo e escreve!”
Visitem Jeff Oliveira
 
.
.